sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CARLOTA JOAQUINA- Uma alma ardente.

Eu e Carlota Joaquina fomos apresentadas há muito tempo. Lembro-me muito bem quando pus os olhos pela primeira vez na protagonista, ou antagonista, não sei ao certo, do filme Carlota Joaquina – Princesa do Brasil.
Confesso que eu era muito nova, e talvez por isso não tenha compreendido se Carlota era a “mocinha” ou a “bandida” do filme. Hoje, com meus 18 anos, posso ver mais claramente que as pessoas não podem ser classificadas como boas ou ruins.
Carlota Joaquina, infanta espanhola, casou-se aos 10 anos com o príncipe regente de Portugal, D. João. Em sua noite de núpcias, “homenageou” o esposo com uma mordida certeira em sua orelha e uma pancada na cabeça.
Eu fico a imaginar seu eu aos 10 anos de idade tivesse que dividir minha cama com um homem de 17, idade que tinha D. João na época, não teria uma atitude parecida ou então pior. É fácil julgar a infanta espanhola, rainha de Portugal e imperatriz honorária do Brasil, mas é complicado fazer o mesmo com uma menina de 10 anos que abandona a família para casar-se com um homem que sequer conhece, em nome da paz entre dois países, Espanha e Portugal.
Realmente, é complicado classificar as pessoas como boas ou ruins. Posso tranqüilamente julgar, dessa maneira, atitudes, mas não pessoas.
A partir do casamento, Carlota e D. João tiveram uma vida muito complicada. D. Maria I, sogra de Carlota, teve problemas mentais e D. João mudou de residência, foi para o Palácio de Mafra, para cuidar da sua mãe.
Carlota ficou no Palácio de Queluz com o resto da Família Real. Naquela época era comum que as mulheres acompanhassem seus esposos onde quer que fossem, mas analisando mais calmamente a situação, quem gostaria de dividir a casa, ou palácio, com a sogra, ainda mais estando em péssimas condições mentais?
Com a invasão Napoleônica, toda a corte portuguesa mudou-se para o Brasil. Carlota recusou-se até o ultimo momento a abandonar Portugal, mas D. João não estava disposto a arriscar-se, deixando assim o seu povo, o seu amado povo, à mercê dos franceses.
Com o passar dos anos, a espanhola foi acusada de inúmeras traições e conspirações, das quais, provavelmente, foi culpada, mas não a condeno. Tendo por esposo um homem fraco, que abandona seu império em um momento de caos, é aceitável que Carlota não o considerasse capaz de governar e quisesse esse poder para si.
Quanto às traições, acho natural que um rei que não consegue manter o seu império a salvo, também não consiga manter o corpo e coração de sua mulher.
“Uma alma ardente, ambiciosa, inquieta, sulcada de paixões, sem escrúpulos, com os impulsos do sexo alvoroçados.”, é o que circula na internet a seu respeito (segundo uma fonte de pesquisa, essa frase é do historiador e biógrafo Octávio Tarquínio de Souza.
Talvez, Carlota Joaquina tenha sido realmente tudo o que contam: mulher ambiciosa e promiscua. Não sou capaz de provar o contrário, nem tenho essa intenção, mas, como já havia dito anteriormente, ao julgar suas atitudes e não apenas a sua suposta personalidade avassaladora, é possível encontrar na Rainha de Portugal características da mulher atual.
O que antigamente eram “impulsos do sexo alvoroçado”, talvez, hoje em dia seja uma mulher que procura sua satisfação sexual, o que é muito recomendado pelos psicólogos. Além do mais, atualmente, ambição, crime do qual D. Carlota é acusada, é qualidade e não defeito.
Eu não me baseio apenas em fatos para formular meu pensamento, mas me valho, também, de empatia. Gosto de me pôr no lugar dos outros, e quando me ponho no lugar desta mulher, Carlota Joaquina, não posso afirmar que seria uma mulher muito diferente do que ela foi.
Alguém pode?






Marieta Severo no filme Carlota Joaquina – Princesa do Brazil

Para saber mais:

http://www.familia.arantes.nom.br/index.php?pg=corte_parte5

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlota_Joaquina_de_Bourbon

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_519.html

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u152.jhtm

http://www.infoescola.com/historia/carlota-joaquina/

http://recantodasletras.uol.com.br/biografias/1081974